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Poesias-->à passagem -- 07/10/2002 - 00:23 (maria da graça ferraz) |
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À PASSAGEM
GRACIAS DE LUNNA
Porque tudo se origina
à passagem dos finos dedos
Não há antes. Não há depois.
Apenas há aquilos formando
uns aqueles em vários nós
E teus dedos sempre
estão a passar:
Alvos. Longos. Suaves.
Espalham grãos de sóis
Plantam e colhem
Ensinam e Aprendem
Nomeiam e Medem
Infinitamente, teus dedos
passam
como a inacabada
cauda da letra aleph
E teus dedos passam:
Silenciosos. Leves.
Passam como plainas,
machados,foices,marrete,
caneta, soquete, pincel
sobre os infernos da carne
e sobre os prazeres do céu
À passagem dos teus dedos,
movimenta-se meus lábios
Duas linhas - traço
perpendicular golpeia árvore
e retira nota do violino
Mata e dá a vida!
Contrai a dilata narinas!
E teus dedos passam
sobre os ombros da humanidade
sem revelarem os mistérios
simples de teus segredos
Esculpem estátuas de água
Modelam o grito dos pássaros
E avançam. Magros.
Inacabados. Limpos.
Passam como planícies
e como cimos de montanhas
E neste instante, também passam
No futuro, ainda passam
Nunca terminam estes dedos
de terminar o começo
Dedos de serpentes,
que mordem cauda e
escondem o salto
Como o vento frio
a passar entre galhos secos,
serão estes teus dedos,
que afagarão meu rosto morto.
Retirada a língua da folha,
cobrirão minha lívida boca
com a pétala de um lírio.
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