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Poesias-->louco -arcano um -- 07/10/2002 - 00:17 (maria da graça ferraz) |
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O louco - Arcano um
gracias de lunna
Os braços compridos
da rua, cotovelos fletidos,
debruçam-se sobre esquinas
São tantas as junturas
partidas destes braços
quanto os destinos dos homens
Das mãos da rua,
um vulto pende-se
e flutua trôpego, chuta lata
com passos bêbedos
É nos braços frios
da rua em que ele existe
e se aninha
O pródigo filho
Um símbolo
Sem ele, sem a rua,
ambos não teriam sentido
A rua é a cauda dele
Ele é a causa da rua
Cada rua tem uma boca
E cada boca tem um louco
Quem é o macho? A fêmea?
O louco? A rua?
Quem é o criador? A criatura?
São gêmeos?
E ele caminha
como estátua coroada
de musgos, abandonada
Solitário, vai colhendo
no chão da rua, náufragas
luzes da madrugada
Nos lábios, a toada triste
Sobre a cabeça, a flor
de plástico:
Bela e trágica e irreal
como ele...como o final da vida...
como o princípio de cada rua.
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