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Poesias-->Morrer de Amor -- 29/09/2002 - 09:49 (L Henrique Mignone) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Morrer de amor

(LHenrique Mignone)



Se hoje minha cabeça ostenta, bem mais que antes,

alguns fios a menos e, em minhas têmporas, sereno

e célere, o albor dos anos se apresenta.;

Se em meus olhos já não mais se vê o brilho

senão de furtivas lágrimas e, turvos de tanto chorar,

opacos, tristes, deles nem mais se vê a cor.



Se de meus lábios não mais se ouve o riso franco,

e ora neles só se vê um esgar, um sorriso meio triste,

se meus ombros ora se curvam, não é pelo peso da vida,

que sempre enfrentei de frente, dela nunca tive medo.

Se meus pés ora se arrastam como os de velhos, cansados,

não é por sentir-me derrotado, vivi a vida sempre em riste,

nem é por tanto ter caminhado, sem destino, ora sozinho.



Se em meu peito agora o coração descompassa,

falha, soluça, hesita, chora, explode e cala

e, num frêmito final, chama teu nome baixinho

Não chores por mim, vê-me, estou sereno:

Sou feliz- matei e matou-me esta saudade imensa,

novamente estou junto de ti – morri de tanto te amar.













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