LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->Haicais -- 29/09/2002 - 00:55 (Marcelo Santos Costa (Marcelo Tossan)) |
|
|
| |
Borboleta cega
Pousada no revolver
E voou tranqüila
Gotas nos vidros
Desfiguram as cores
Do arco íris
Xale da vovó
A ventania Balouça
Na rua invernal
O mormaço ri
Do guarda sol
Bronzeando
Gerânios
Em bandos
Exibem-se
Garoa na luz
Cobertores gemem na
Noite dos casais
Gélidos passos
No pescoço da moça
Cachecol agarrou
Pés de morangos
Invadem a estrada
Cuidado dobrado
Dia seco
O riacho se cansa
De tanta boca
Rio turvo
Contrastando com
O cisne branco
Gafanhotos
Mergulham na lavoura
Deliciam-se
A Trovoada
Antecede temporal
Tambor de Pedro
Chuva e sol
Dificílimo kigô
Num país tropical
Uma pipa
No galho agarrada
Menino luta
Macieira seca
Arvorando idosa
Anos a fio
Hibernação
Aconchego da gruta
Sono natural
Borboletas
Exibindo-se numa
Tarde de domingo
Nuvens cinzas
Choram nas roseiras
Elas adoram
Sopa quente
A colher não reflete
A mão trêmula
Gota de suor
Que o lenço engole
Quente e salgada
Ceemos hoje
O peru que morreu
na véspera
a onda leva
castelo de areia
sem monarca
o cio do salmão
sentença de Tanatos
correnteza vital
pernilongos
ferrões como espadas
disputam sangue
chove granizos
atire o primeiro
quem nunca chupou
diligente com
as formigas na pista
trabalhando
dia de verão
animais refrescam-se
tocas vazias
andorinhas vão
procurar o poente
uma só não faz
cachorro louco
transitando a esmo
foge do laço
uma sombra
para o viajante
viajar em sonho
nau desarvorada
apanha do mar bravo
ondas chibatas
lareira arde
vovô conta estórias
netos adormecem
a folha voa
sem lugar para pousar
morre calma
a folha seca
foi pisada e chiou
se despedaçou
as melhores mães
são as mães dos pingüins
não os confundem
no São João
vou pular a fogueira
sem me queimar
na parreira
já enxergo sorrisos
engarrafados
bonsai com sede
dança nas gotículas
borrifos d’água
a pororoca
luta do mar e o rio
as ondas correm
que dia bonito
escuto sabiá cantar
mas é o japim
ritmo Brasil
brilhos na avenida
sonhos versados
manhã que sopra
o orvalho límpido
virou vapor
sol fresco
andar de bicicleta
brisa no rosto
nos dias longos
crianças brincam mais
mesmo assim passam
tomates caem
e os apanhadores
são seus anjos
os sombreiros
não existem somente
nas praias mexicanas
somente frio
é o tema freqüente
na Antártida
quatro estações
apenas um motivo
mil haicais
a tanajura
tem a sua vida breve
quiçá assada
lábios rachados
manteiga de cacau
na boca de pão
ficou a poça
turvada no caminho
após temporal
coaxar de sapos
num jogo invisível
gritando gol
várias gaivotas
formaram um machado
cortaram o céu
praia fria
nossos pés hesitaram
mas mergulharam
frio no rio
a escama do peixe
é sua coberta
compro blusas de lã
quantos carneiros foram
mortos pra isso?
O sol se pôs
Por detrás da montanha
Vai pro Japão
No arrozal
Trigos dançam na brisa
Suavemente
Calor calor
Queimada no cafezal
Cheiro gostoso
Geou na roça
Gado comerá capim
Congelado
Jaz andorinha
Perdida do bando que
não a esperou
Neblina cobriu
A grande montanha
Vencendo-a
O vento sopra
A abelha no cume
Do monte Fuji
A água gelada
Não tira a beleza
Das carpas
Manhã de abril
De rouxinóis ariscos
Acordo com pios
Arvore seca
Plantada por anciã
Ainda esta sã
Vaga na chuva
Com vôo pesado
A coruja
A cigarra
Trovando escondida
Procuro-a
As gotas caem
E viram mini rios
Entre a calha
Baleias migram
Acasalam fora de casa
Hotel oceânico
|
|