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Poesias-->correndo trechos -- 22/09/2002 - 00:21 (maria da graça ferraz) |
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Porque sou obstetra,
estou sempre a correr trechos
Levo o cansaço e a esperança,
remando com braços magros,
como uma balança:
Uma mão de fogo
Outra mão d água
São tantas as dores
nos confins desta terra!
Tantos infortúnios!
Tantas misérias!
Porque sou obstetra
peço a Paz aos pequenos corpos
Cada criança, uma palavra
que arde em mim como chama
e rompe o dia e corta umbigo
Por que, Ó senhor,
deixa-os cair à estas margens?
Mas à cada grito, um cambará
cobre-se de flor,
e porque sou obstetra,
corro trechos, como a chuva
passa em cada fruto,
em profundo silêncio.
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