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Poesias-->FRAGMENTOS -- 21/09/2002 - 15:35 (Sergio Godoy) |
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I
Na boca escura de sua noite
Sou frágil a seu tamanho
Incapaz de resistência
Na boca escura de sua noite
Deixo minha pele rasgar-se
Voraz é sua fome
Versátil é minha maneira
- Devora-me!
II
Com avidez mordi a fruta que de tão madura
Explodiu em minha boca
Doce
Doce sabor entre meus lábios…
Minha língua perdida em êxtase
Aos poucos tudo foi passando
Desaparecendo
Completamente de meu corpo
III
Aproximou-se de mim:
Incoerente
Mascarado
Pretendente de grande vitória
Afastou-se decepcionado
Inseguro
Ferido no peito
- Triste sedução!
III
Acordei
E em meus pés um pássaro qualquer
Acabava de morrer
Agora seu corpo sem vida era apenas estátistica
Senti frio
Senti sono
Voltei a dormir
IV
Naturalmente
Pronto para servir:
Sou o pássaro morto em seu prato branco!
VI
Irei buscar-te
Mesmo que não queiras
Irei amenizar tuas lágrimas
- Simplesmente
( Sem tí também morro )
Gritarei entre sombras e luzes
Tua voz
É minha voz
Infinito som no universo
Dois
E nada mais…
VI
Aos amores deixados no passado
Hoje trago lembranças
No futuro, minha presença
A vida com seus mistérios - Nem Marie Antoinette
Imaginaria…
VI
Eu que não suporto hipocrisia
Indiferença
Preconceitos e limitações
Solitário fico
Como ave de rapina
Atento
Meticuloso
Previsível
VII
Raízes firmes na terra
Folhas soltas ao vento
Germinar e crescer
Suceder
Momento de interdição
Infinito no horizonte…
VIII
Noite escura
Tão escura
E sem luar para nos espiar
Corro meus dedos em seu corpo
Tateando o mapa de seus cabelos
Chupando sua ereção
Gozando sobre meu peito
Umedecendo meu olhar…
IX
Na tua pele o sol
Na tua pele o sal
Brincar na areia
E se esconder
Em tuas mãos o tempo
Em teu corpo o vento
X
Teia
Aranha
Essa manha
Seu poder de paralisar
Na manhã fria
No nevoeiro
Gotas de fina chuva sobre seu olhar
Desdenhas
E
Desenha
Sua plena figura pronta para atacar
Teia
Aranha
Rendas de saliva
Balanço no ar…
XI
Revelação sem segredo
O céu aberto e simples
O vento
Revelação sem milagre
Sem pena
Sem lágrima
Revelação sem surpresa
Entregue
Exposto
Revelação sem retorno
Passagem
Movimento
Revelação de seus motivos
Inato
Inconcebível
XII
Brutalidade
Invasão
Poder e superioridade
Morre em segredo a justiça
Tudo passa rapidamente
Tudo se esquece
Pouco amor resta quando a sujeira na pele faz ferida
Expõe
E sangra
Tanta corrupção!
XIII
Em São João Del Rei
Vi bonecas de argila com olhos esbugalhados
Em Tiradentes vi igrejas caindo aos pedaços
Na Europa vi o ouro de Minas reluzindo em muitas casas…
(SERGIO GODOY)
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