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Poesias-->Cozinha -- 03/09/2002 - 10:26 (Magno Antonio Correia de Mello) |
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Era o desprezo quem te esperava, super
herói.
Adiantou nada transportares os trens
salvares os navios, pilotares os aviões.
A frase certa, o gesto correto
te faltaram na hora em que mais necessitavas.
A vida, meu amigo,
é um curso de etiqueta.
Ah, passarinho,
voaste
trocaste o rumo do infinito
por uma janela aberta
e te engoliu.
Sejamos racionais feito
o leito dos rios
se fizeram inavegáveis.
Te perde, poema, por aí,
as gotas de lágrimas
que caem no papel
e te turvam o sentido.
Na carne sente
a amargura cruel
do desprezo e novamente.
Sentirás o espaço faltar
quando eu te puser nessa claustrofobia de ressentimentos.
Em troca do esforço
do sangue e do suor
um soco.
Toda autopiedade é ridícula
mas a inclemência alheia
pior.
Irresponsável
te sentares à mesa
pra escreveres poemas
se te faltam o verbo e a paciência.
Sejamos como os chineses
que saem de seus corpos quando se cansam
e vão dar uma volta por aí.
Cada riso é uma facada
no corpo esquartejado.
O movimento se fez
ondulatório
a cada volta a serra se aproxima mais
do corte.
Vão traduzir o poema é uma conversa.
Cada gargalhada é um tiro
e o corpo uma peneira.
Enterrem os sobreviventes
antes que queiram contar a História.
O poema não tem fim
a vida.
Acharei engraçado
sentar à luz da crítica fria
e ler o poema.
Talvez sejamos chineses cansados
dando uma volta por aí.
A seta indica os dois caminhos
todos os dois.
Uma caixa de fósforos, uma chave, uma toalha, uma tremedeira
quem sabe até um abandono.
Não riam, pelo amor de Deus, não riam
estou sofrendo
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