10-08-2002 -> 19:50
Quando a tua voz,
Feriu o silêncio de nossos medos,
Senti a dor e a angústia,
De te perder para sempre.
Quando teus lindos lábios,
Dispensavam-me,
Temi nunca mais prová-los,
Nunca mais mordê-los...
Teu rosto nunca estivera,
Tão sério anteriormente,
Teus olhos nunca me desprezaram,
Como naquele momento.
Pressenti na alma,
A dor das pessoas que passavam,
O medo que as crianças têm do escuro,
As angustias, os fracassos, os medos.
Você fez de mim uma ilha de dores,
Em meio a um mar de turbulentas águas.
Tuas palavras encerravam
A existência do amor,
A existência da fé,
Da felicidade,
Da paz.
De repente eu era apenas lágrimas,
Nada mais que sal e água,
Nada além do que meus olhos diziam.
Não me contive,
Chorei.
Contive-me,
Quando não te abracei.
Queria ter te dado um último abraço,
Como o primeiro.
Queria ter te dado um último beijo,
Ter sentido o último suspiro,
O último "te amo",
A última esperança.
Mas não pude.
Você me desprezou
Como a um aborto imundo.
Você me rejeitou
Como a um órgão incompatível,
E nem me disse “adeus” direito.
...
É dura esta consciência,
De que durante algum tempo,
Continuarei sendo sempre quase,
Quase feliz, quase alegre, quase...
Pois longe de você,
Tudo parece incompleto.
20:05 <- 10-08-2002
Mauricio Braga de Almeida
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