Tenho três filhos, o Miguel (16 anos) o Daniel (14 anos) e a Tânia (11 anos).
Enquanto a Tânia pratica ginástica, os rapazes jogam futebol, para além de todos estudarem e viverem a vida com a alegria e a beleza própria da idade.
Levantam-se às 7 da matina e estão na escola até às 18:20, altura em que vão para os treinos.
Chegam para jantar às 22:15 e depois toca a estudar que o saber é bom e não ocupa lugar.
E, antes do bocejo, que também bocejam, ainda querem conversar e rir, vejam lá, e brincar um pouco, até à preguiça para lá das tantas.
São uns putos porreiros. Melhores do que eu, melhores do que eu fui na idade deles.
Agora andam numa de falar das eleições e do problema dos agricultores e pensam em razões objsctivas, e subjectivas, e medidas lágicas na resolução dos problemas.
São uns putos porreiros, disse-o 3 cm mais acima.
Os meus filhos e os teus filhos.
É por isso que não os pressiono, não exijo golos nem fintas do arco-da-velha, nem espero que tenham o ar sisudo e responsável de uma quantidade de desgraças. Procuro deixá-los crescer, tento ser o menos chato possível, sendo que, de facto, poucas coisas poucas vezes são possíveis.
Fundamentalmente procuro não exigir neles o que eu não consegui, afundando-os nos meus traumas e pesadelos.