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Poesias-->a pergunta -- 20/07/2002 - 23:58 (gisele leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
seus olhos eram pura interrogação

querias saber de tudo

assim insntantaneamente,

telepáticamente



por uma osmose,

querias ter minha experiência

mas querias também ter o coração jovem

e valente

de quem se arremessa a dor

sem nenhuma piedade de si mesmo



seus olhos continuavam a me arrancam monossílabos

que não respondiam

divagavam

lhe faziam pensar...

quantas horas cabem num talvez ?

quantos milênios num nunca?

e quanta inquidade pode existir

na ausência de um perdão...



fui até porta

olhei o número frio esculpido nela

e nem tive coragem de bater...

os números me traduziam a certeza

de minha incerteza,

a abulimia de sentimentos

que me causava



seus olhos não entenderão

nem palavras,

nem gestos,

nem piadas e

paisagens...



e na interrogação infinita que é

viver

no mar de respostas provisórias

meu o talvez fosse eterno

mas durava exatamente o

instante necessário para materializar

um pensamento.

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