Dá-me a tua mão,
Vou agora te contar:
de como entrei no labirinto,
que sempre foi um sonho, um céu, um canto,
que chamamos distraídos,
Viver.
De como entrei no maravilhoso circuíto
Exorbitante de alegria
Que é ter amigos e com eles passar tempo,
conversando besteiras,
sonhando besteiras,
fazendo besteiras,
e a mais que tudo,
amando e vivendo à valer.
Dá-me a tua mão,
Está na hora de aprender
O inexpressivo termo de contrato
Entre viver e ser feliz.
Está na hora de ser quem sejas
Aos outros mostrar quem és
E assim sendo perceber que vives por que queres.
E mesmo que queiram
Isso tirar de ti, falharam miseráveis
Pois com amigos e amores,
Provarás que tem uma vida que tocou
em tudo que de algum modo deixou ser tocado por ti
E derramou por aí convicto
Sua felicidade que transbordou aos montes
Enchendo a vida dos outros
E ainda assim, vivendo completamente feliz.
[com inspiração de um texto da Clarice Lispector] |