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Poesias-->ESPELHO -- 01/07/2002 - 22:03 (Carvalho de Azevedo) |
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ESPELHO
Carvalho de Azevedo
Odeio-te espelho
Algoz impiedoso da minha vaidade
Delator impune da minha idade.
Cruel, mostra-me agora
Com requintes de perversidade
As rugas de meu rosto
Marcas de muitas saudades.
Amo-te espelho
Por ainda permitir-me ver
Meus olhos cor de mel
Delineados pelo lápis
Realçados pelo rimel.
Olhos de mel
Das poesias e dos versos
Que meu poeta tanto escreve
Que meu poeta tanto usa
Em homenagem à sua Musa.
Nem ódio, nem amor.
Desprezo-te espelho
Conselheiro falso e vil
Pois, na verdade, não preciso-te
Objeto impreciso e superficial.
Não vês meu interior
Onde cultivo a essência
Da minha vida
Do meu amor.
Dispenso teu conselho
Inútil
Espelho.
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