Elegia de Ogum
Como te amar menos
se eu pudesse te amar menos?
Eras da espera o motivo,
soldado da vida vestindo vermelho,
camisa encarnada, Ogum!
Verdes brisas marinhas dos teus olhos
ventavam meus cabelos,
pequenas mãos, pés pequenos,
nus, acariciando o chão:
- Agora!, cavalgavas exultante
um agora que era teu, que era meu,
aurora nossa na sombra daquele quarto.;
- Agora!, ecoava meu surdo grito
enlaçando teu corpo, antes que visse,
através da janela, o brilho da manhã
testemunhando esse caminho ainda em ti,
que passou. Cinco de noventa e cinco.;
agora um mar entre nós dois.
Porto Alegre, 14-I-2002.
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