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Poesias-->Coração Literário -- 13/06/2002 - 03:13 (Carlos F. da Silva) |
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Gostaria de ser comparado a um livro,
Com palavras vivas dentro do meu íntimo,
Na expectativa de que algum leitor ou admirador
Viesse a me folhear.
Procuraria por alguém que me olhasse com atenção,
Com carinho e um pouco de interesse.
Alguém que me investigasse palavra por palavra,
Página por página.
Gostaria de ser um livro,
Onde muitas partes formassem uma única história.
E como um livro às vezes percebo que estou só...
... ou debaixo dos olhos carinhosos de alguém.
Extrairia sorrisos que se converteriam em lágrimas
De uma história bem distante,
Produziria cachoeiras de lágrimas
Conseqüentes de intermináveis sorrisos.
Possuiria duas faces rígidas e quase impenetráveis.;
Utilizando-as para proteger o meu ser,
O meu conteúdo...
... aquelas partes mais frágeis e sensíveis.
Gostaria de sentir o calor das mãos de alguém,
Ou até mesmo uma gota de lágrima a me borrar.
Estaria em qualquer parte do mundo.;
Em sua cabeceira,
Em seu sonho,
Em seu coração.
E às vezes,
Jogado e amassado em sua pequena gaveta febril,
Em meio a aflição de tantos outros como eu.
Eu gostaria de ser um simples livro.
Nenhum famoso best sellers
Ou um fabuloso clássico.
Mas, um livro didático inesquecível.
E que ensinasse algo bom
A algum coração perceptível.
Poderiam puxar-me pela orelha
Ou dobrar-me pelas faces,
Para que assim
Eu não ficasse no abandono.
Como um livro de um sábio escritor
Ou de um autor desconhecido,
Talvez haveria em meu ser
Alguma história para ser apreciada.;
Um poema ou uma metáfora,
Talvez um ponto de exclamação!
E se alguém me levasse consigo
Em todos os lugares?
Ou talvez a lugar nenhum?
O que importa?
Continuaria sendo o mesmo livro!
Esperando que algum leitor
Me tratasse com admiração.
E observasse o meu ser com afeição e ternura.
Em retribuição,
Eu deixaria o meu contexto,
O meu conhecimento
A minha esperada emoção.
Como um livro que vem
De um rascunho inalterado e inacabado.
Como tantas cópias provenientes de um só.
Talvez um livro perdido pelo tempo.
Mas, sem folhas destacadas ou rasuradas.
Espero não ser censurado ou até mesmo esquecido.
Não espero ser comprado e não lido.
Não preciso ser vendido.
Mas, lanço-me na ânsia de ser doado.
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