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Poesias-->O SUICIDA -- 25/05/2000 - 09:31 (Eduardo Gomes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos





O suicida



Tudo na hora da morte,

No que pensava o suicida,

Dantes abandonado pela sorte

Optou pelo outro lado da vida.



O pobre amanhecia com fome,

Necessidade era coisa comum,

Lutava mostrando a força do homem

E acabava dormindo em jejum.



Esposa a reclamar dia-a-dia

Por um pedaço de pão,

Chorando de barriga vazia,

O filhinho pedia benção.



Tudo na hora da morte

Ainda lutava o suicida,

Suas lágrimas eram suporte

O prendendo neste lado da vida..



No trabalho, pagamento não tem,

Só saia com mês de atraso,

Subia a conta do armazém

E o dono pronto a criar caso.



Doía os sentimentos paterno,

Sentindo não como dantes,

-Papai tá faltando caderno,

assim não sou bom estudante.



................................................



Tudo na hora da morte,

Sofria e penava o suicida,

Suas rugas abriam-se em cortes

Virando uma enorme ferida.



O miserável mudou-se pra cidade,

Foi trabalhar numa construção,

Suor corria em quantidade,

Aumentava os calos da mão.



Não conseguindo morada

Teve que ser inquilino,

Deixando a vizinha danada

Com a anarquia dos meninos.



................................................



Sonhava dentro da madrugada

A recompensa pela sua luta,

Mas não teve filha casada,

Uma a uma sendo prostituta.



Se consumia em desgosto.

Pedia a Deus, compaixão,

Ao ver seu filho mais moço,

Marginal e perigoso ladrão.



.................................................



O nascimento do primeiro neto

Foi uma das poucas alegrias,

Por fora, um homem discreto

Por dentro como sofria...



...................................................



Quando tudo parecia tranquilo,

Uma morte assolou a família,

Morrera a mãe dos seus filhos

A pessoa que bem lhe queria.



Então ficou desorientado,

Se apegando a cachaça,

Da família havia largado

Passou a viver na desgraça.



Tudo na hora da morte

No que pensou o suicida,

Dantes abandonado pela sorte,

Optou pelo outro lado da vida.



Levado a precipício

Despediu-se do seu sofrimento,

Subiu num alto edifício

E desabou como um monumento.



Tudo na hora da morte

Se matava o suicida,

Já se esquecera do norte,

Também as chances perdidas.



Foi um mergulho profundo,

A morte do suicida,

Que para o lamento do mundo

Deixou o resumo da vida.





TRECHOS DO POEMA O SUICIDA

aedudf@yahoo.com.br

 


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