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Poesias-->COTIDIANO -- 13/05/2002 - 09:32 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O meu pai ia trabalhar!

O meu pai ia trabalhar!

Ia trabalhar no Brasil, construia prédios, fazia calçadas, igrejas e escolas.

O meu pai ia trabalhar!

O meu pai ia trabalhar! Era como os outros,

aqui, acolá ,todo dia era uma história. E de seis em seis meses um emprego diferente.

As vezes era servente, outro dia vendia picolé, noutro dia vendia pipoca, jornal ou engraxava os sapatos dos deputados.

O meu pai foi operário, trabalhou numa empresa e ficava o tempo todo em pé. As vezes não almoçava e no final do mês pouco ganhava.

O meu pai ficou doente e não havia leito nos hospitais, ele tossia muito e sangue eram suas últimas palavras.

Já não ouvia a sua voz e os seus olhos pareciam ficar o tempo todo estagnados. Só sabia que ele via, por que ele chorava.

O meu pai trabalhou pro Brasil doze horas por dia em trinta e cinco anos. Não almoçava, andava a pé, com uma camisa esgalçada e uma calça jeans bastante surrada. Não brincava, não tinha estudo e mal recebia, já devia.

O meu pai me acariciava e dizia...

Filho estude pra mudar a ordem do Brasil.

Hoje sou Advogado, Economista,Administrador e servidor Público número um, mas não consegui mudar o povo e nem o sistema.

O meu pai morreu!

Nos arquivos da história ninguém o pariu com letras de agradecimento, tão pouco constróem a consciência de liberdade dos nossos dias.

Aqui da janela ainda vejo o meu pai, todos os dias se despedir dos seus filhos e seguir a única estrada do homem que só tem começo.

O meu pai construiu o Brasil!

O meu pai é o seu que há pouco partiu!

O meu pai...São esses filhos que não são rebeldes, que não sabem lêr, nem escrever. Abaixam a cabeça e fazem como você, preferem morrer ao mudar o curso da história.

O meu pai, assim como eu, acreditamos na idependência do Brasil.
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