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Poesias-->A Mulher espectral e o Poeta -- 09/05/2002 - 13:05 (Martha Lins) |
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Ainda que o Amor seja
a mais bela das coisas,
e que o seu poder seja propalado
aos Sete Ventos...
Ainda que o Amor seja
a razão precípua
da existência humana...
Ainda,assim, é mister não amar...
..................................................
Vida cruel ou bendita?!
Não podemos falar ao certo!
O que resta é a certeza do
Exorbitante sofrimento
Que se pode conhecer [apenas] vivendo...
Dois caminhos incertos,
Um dia se interceptaram
Numa das encruzilhadas da vida.
E da ausência se fez
A esperança...
Almas que de tão iguais,
Diferem em tudo!
Bocas que de tão ávidas,
Não se podem ou conseguem
Tocar...
Certezas e dúvidas
Dançam juntas num incrível
Balet de sentimentos,
Onde os inoculados e púrpuros desejos
Emergem [sem licença] dos falidos corações...
Mas, como sorver o doce sumo
Da fruta [ora] insípida,
Ou escutar os sons
Nefastos e inaudíveis
Da amargura?!
Assim vão eles –A mulher espectral e o poeta
Vidas partidas, jamais repartidas!
Sonhos sempre desfeitos aos pés
Do pórtico dourado
Das falsas e falhas ilusões...
Vontade de amar, medo do amor.
Brisa marinha, vendaval.
Morna manhã de primavera,
Dia [deveras] nebuloso.
Torpor...
Como crer no amor
Sendo descrente da vida,
Ou gozar do calor
Estando [refugiadamente] aconchegado
Num quarto escuro e frio?!
Eis a [terrível] dialética da existência humana,
O martírio negro-azulado do amor!
Quedar-se agora inerte em braços outros,
Ou viver a morte,
a esperar pela incerta [doce] vida...
A claridade com que se fez
Sentir a dor,
Ou a nitidez da existência de apertadas amarras,
Não foram suficientes para justificar
O inconcebível medo de se entregar ...
O futuro de alegrias ofertado,
Ou a segurança de não mais sofrer,
Não puseram fim
A lastimável e pungente expectativa
Do fracasso...
E...assim vão eles –A mulher espectral e o poeta
Seres perfeitos em imperfeições.
Sôfregos desejos mesclados,
Dezenas de quimeras arrasadas.
Mas que trazem [ainda] consigo a inexorável vontade de novamente Viver e Amar...
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