Diamantina...
Festa na mata...
Sururina anuncia... Acorda alvorada!
Acorda sob às águas ainda de março, enquanto o sabiá sussura trigueiro, no alto da mangueira...
É Belém, é Macapá, Ilha do Marajó.
Entre as margens do Amazônas, Iara embeleza seu cabelos, enquanto Caiapó procura a melhor clareira, enquanto Saci Pererê no pe´de vento, valsa as seringueiras.
Matinta, Curupira quer trocar pito!
Enquanto acende a noite de um azul tão puro,que a sinhá lua não há de se negar!
Por quanto, os Lírios que testemunham à beira do igarapé o boto se assanhar, põem no ar o melhor perfume, que a doce cabocla ousa esfregar na pele mosqueada de Norte, pra dança os tambores que os trabalhos já vão começar.
Vinde Vitória, que a flor em versos dana-se a brotar.;
Vinde Paraná, que o trapiche está repleto de peixes.;
Vinde lágrimas da chuva, que o fogo a iluminar essa ordem não cessa de queimar.
Assenta-te à mesa homem pra aprender esses costumes e pra capital levar.
Levar embora não só a morena, mas a sensibilidade que todas essas vidas, bem vividas clamam aqui e que falta lá.
Dança mulher,
Dança que essa noite é linda, e enquanto hover sangue nas veias, com certeza o peito, em amor não irá se enganar.
Dança neguinho!
Dança Senhor!
Dança Sinhá!
Festejamos a vida.
Dancemos até o dia clarear. |