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Poesias-->O Silêncio dos Versos -- 24/04/2002 - 18:28 (Lucas Tenório) |
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Os versos que se escrevem são fatais.
Bravos como animais, mordem.
Os versos se escondem nas bocas,
loucas bocas, roucas.
Os versos devem arruinar
a ira dos infelizes.
Dos versos não se dizem,
falam por si sós.
Os versos são banais
quando se escondem nas falas
dos silentes.
Mas são inocentes aqueles mudos,
preteridos pelas pequenas almas,
que não calam.
Os versos nas novenas choram,
falam e repetem o refrão do dia,
ave-maria.
Que Deus abençoe os versos,
todos, no reverso da
incontinência, os falecidos.
E que a indecência d alguns excertos
incertos escoe pelos versos austeros.
E quem eram, quem eram os versos
senão o fio da meada da insatisfação,
excomunhão, estupefação.
Viva os versos vividos, se mortos
ou vivos, viva com os versos
na garganta e que falem além
da nossa ignorância,
a dos versos canalhas.
Que não fiquem mudos os versos
ante o absurdo do mundo, em
guerras e batalhas.
No fio da navalha
Os versos imundos ainda
são versos.; certos que são,
limpam as ruínas do silêncio.
silêncio.
Silêncio. |
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