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 | Poesias-->A MORTE -- 16/04/2002 - 07:25 (Paulo de Goes Andrade) |  |  |  |  |  |
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 A MORTE
 
 
 
 
 
 Confesso-me tímido,
 
 Ou, por que não atemorizado?
 
 Para entrar na noite escura.
 
 A noite inexorável, que virá a meu encontro,
 
 Me roubará a um lugar distante,
 
 Onde reina  silêncio,
 
 Onde ninguém acorda para ver o sol-nascente
 
 A brilhar o mar de gaivotas barulhentas.
 
 É um instante sem firmamento enluarado,
 
 Sem som de beijos de amor explícito de amantes.
 
 
 
 Vou entrar no corredor dos condenados,
 
 Onde o frio glacial quebrará meus ossos.
 
 A morte vai fechar os meus olhos
 
 Para o sono sem sonhos.
 
 Vou caminhar trôpego na direção incerta,
 
 Prestes a rolar num infinito profundo.
 
 Ninguém escutará os meus apelos.
 
 Nada verei nem sequer espectros ambulantes.
 
 Ninguém acordará para meu socorro.
 
 E a cegueira me torturará.
 
 De certo gritarei, mas a minha voz
 
 Se perderá em ecos infindáveis.
 
 Não haverá luz no final do túnel
 
 Para me guiar aos braços da amante,
 
 Há muito adormecida.
 
 A morte me assusta!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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