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Poesias-->LÍDIA -- 10/04/2002 - 21:05 (VANESSA VIEIRA DOS SANTOS) |
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Vem sentar-se comigo, Lídia ,à beira do rio .
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa ,e nõa estamos de mão enlaçadas.
(Enlacemos as mãos )
Depois pensemos ,crianças adultas,que a vida
Passa e não fica ,nada deixa e nunca regressa
Vai para um mar muito longe ,para o pé do Fado
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos ,porque não vale a pena... cansamo-nos
Quer gozemos ,quer não gozemos ...
passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.
Sem amores,nem ódios ,nem paixões ,
que levantam a voz
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos.;
Nem cuidados ,
porque se os tivesse o rio sempre correria.
E sempre iria ter ao mar .
Amemo-nos tranqüilamenbte ,pensando que podíamos,
Se quiséssemos ,trocar beijos e abraços e... carícias
Mas que mais vale estamos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o
Colhamos flores ,pega tu nelas e deixa-as
No colo,e que seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada ,
Pagãos inocentes da decadência .
Ao menos ,se for sombra antes ,lembrar-te-as de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira..
ou te mova
Porque nunca enlacemos as mãos ,nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças
E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio
Eu nunca terei que sofrer ao lembrar-me de ti
Ser-me-ás suave a memória lembrando -te assim.;
à beira-rio
Pagã triste e com flores no regaço
Ricardo Reis
(FERNANDO PESSOA)
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