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Poesias-->Uma morna manhã de primavera... -- 27/03/2002 - 01:55 (Martha Lins) |
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Por que chegaste assim, meu amado,
como um súbito vento a adentrar pela casa
sem convite?!
Lançaste tua teia invisível de braços
e me prendeste junto ao teu corpo,
com tanta força, tanta firmeza
que esculpiste em mim uma marca tua,
e de tua luz me inundei inteira...
Por que não vieste como a calmaria
de um dia de sol,
para que eu pudesse sentir o teu toque suave?!
Penetraste em minh’alma
com ímpeto e destreza,
descobrindo segredos em meu âmago ocultados,
fazendo-me fera ferida, prisioneira!
Por que não proferiste palavras vãs,
sem significado,
daquelas que se fala pra qualquer um,
a qualquer hora?!
Falaste poesia aos meus ouvidos,
e fizeste aquietar o mar revolto
dos meus sentimentos e sentidos...
Por que não censuraste minhas quimeras
e ataste meu destino
ao destino cruel da realidade?!
Sonhaste comigo, Amigo, um sonho
que não ousarei propagar aos ventos,
e me mostraste, como um mestre,
o dulçor de tantos carinhos e alentos...
Por que haveria de amar-te sem receio,
mesmo quando o amanhã é todo feito
de profundas incertezas?!
Vivi o lado amaro das paixões,
e pude sorver o fel duradouro de ilusões,
mas junto a ti sei que será como um dia morno,
uma morna manhã de primavera...
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