CANÇÃO DA LUA
A noite chegou.
Descem do céu nuvens musicais
Que se deitavam por sobre o mar que acordou
E se espraiou nervoso molhando os teus pés
Antes tão quentes pisando o chão que pisamos juntos.
Ouço agora, sozinho, a canção da lua,
A canção que era tua, que era nossa,
Que me traz recordações infinitas,
Que se debruça sobre mim
Como o mar escuro desta noite se debruça na praia deserta.
Recordo o passado neste presente distante
No som mavioso da canção da lua.
Lembro-me da tua voz, em terras distantes,
Cantando dentro de mim intermitente:
Lua, luar, quantos peixes tem o mar?
Lua, luar, quantos peixes tem o mar?
Lua, luar, quantos peixes tem o mar?...
Quando deixarás de cantar
Para que os meus dias sejam intermináveis?
Lua, luar, quantos peixes tem o mar?
Fico a contemplar o invisível da tua voz.
Brasília (DF) – 13 / 03 / 2002
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