Gostaria de entender
a dança muda das pessoas.
A admiração de alguns,
a indiferença de todos.
Gostaria de entender o que entendo.
Olho, olho de novo,
entendo.
Sem julgar, analiso,
diagnostico,
entendo.
Seu onde alguém se perdeu,
ou quem se busca.
Vejo simples,
e simplesmente vejo:
o que parou, enterrou-se,
o que está agonizando,
o que não tem paz e faz com tudo guerra.
o que carrega seus mortos e se amortalha neles.
Vejo, olho de novo e vejo novamente.
Não é engano meu?
Quem sabe.
Gostaria de entender o que entendo.
E no meio da confusão geral,
sinto-me muito só,
sinto-me muito eu,
mas definitivamente não basta.
Ou sinto-me muito nos outros,
miragem de mim mesmo,
que definitivamente não basta.
Mas talvez me baste
sentir-me vivo, vivendo,
fluindo, passando.
E talvez fazendo.
|