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| Poesias-->Belvedere Sem Espaço (II) -- 05/03/2002 - 11:08 (José Ernesto Kappel) |
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Fui no embargo do tempo,
debruçado sobre minhas
coisas de vintém.
Fui abraçado com o vento,
enlaçado de nódoas e feridas, tão incompreensíveis
como o ávido interior,
já desfolhado e, um dia,
até bem querido!
Pássaros berdes,
voam a redor da pequena praça.
Me sento acomodado em tocos
arredondados e bem envernizados.
Moiçolas pendentes, passeiam
no colo de amores
desavisados:pois onde há amor,
há um louco troco!
Disfarço a pejéu do fardo,
sou belvedere azulada,
mas bem me surpreendo,
ao vinicius e marias,
debruçadas e voláteis,
num portal de magnitude,
de dúvida nenhuma,
donos de todos
os mundos acalados.
Sou horas e passo nelas,
enquanto revejo retratos
marejados e figuras que,
de pronto,chamadas foram
para o outro lado da roda.
Me conformo.
Sou quadro de visita e,
todos me olham como um cidente.
Os olhos escorrem, mas não fixam.
Um dia não fui assim.
Um dia jamais pensei em ficar tal e assim.
E roda o tempo engasgado de horas.
Roda a vida,adornada de mil
paixões que já não são minhas.
E não encontro pouso.
Saio de mnasinho - igual ave sem ninho.
Agarro a trouxa e a cigarrilha.
Me levanto potentado de dores.
Vou embora, disfarço e não pestanejo
minha vinha!
Daqui, perdi tudo.
Só me deixaram nos aliás dos sozinhos.
Por bem tenha feito!
Agora sou mendigo de asas.
Largado às portas da vida como
catador de papéis da velha praça !
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