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Poesias-->Ode aos Sem Terra Ou o Menino do Dedo Verde Ataca de Novo -- 06/05/2000 - 18:03 (Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior) |
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Minhas esperanças morrem e ressuscitam.
Sou um Lázaro que bate o relógio de ponto
E volta para debaixo da pedra.
Mas a terra me sufoca, quero sair às ruas.
Quando vi os sem-terra rugindo pelas praças
Vomitei fogo a favor deles.
Vermes & macroempresários
Querem vê-los mortos.
Abutres morais querem devorar seus sexos.
Minhas unhas estão cheias de terra.
Sou fértil, minhas orelhas germinam os céus.
O mundo brota das minhas pálpebras
Enquanto filhos de hippies caçam a sensibilidade.
Querem enjaular os sem-terra
Acuá-los
Espetá-los com tocos de cigarro acesos.
A nudez dos índios volta em sacos plásticos.;
Faço autópsia no meu coração, esmago o anteontem.
El-rei está nu!
O sol negro do planeta Maconha
Rodopia na novela venenosa.
Que os sem-terra desapropriem esta dor
E fujam com ela em pedaços.
Exumando Che Guevara,
Desenterro meu sonho ossudo:
“Que os sem-terra privatizem o universo
E invadam esta sociedade de poetas mortos!”
O palhaço que chora
É oligarca da insatisfação
É aristocrata da dor.
É fazendeiro do ar.
Dono inumano do imenso latifúndio,
Latifúndio da amargura.
Eu trouxe flores
Para enfeitar seus esquifes.
Busco forças onde não existem.
O dia em que te vi
Na jaula comendo alpiste
Foi para mim o dia mais triste.
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