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Poesias-->PARA ÁLVARO DE CAMPOS -- 01/03/2002 - 09:34 (Fabio Rocha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ah, este ser aí sentado,

mão no queixo, olhos perdidos,

cercado de excesso por todos os lados,

não sou eu.



Eu sou o que há escondido

sob as camadas de pele, gordura, músculos, ossos e raiva.



Meu anseio é brutal,

quer comer o incomensurável...

e quer estar sozinho, como tu, poeta!

Soltem nossos braços!



Este anseio leva meu eu a pisar forte a realidade e suas teorias malditas,

cerrar os punhos, trincar os dentes e pular,

com a força de seus versos vivos,

como nunca se pulou antes.



Seguindo o conselho dos ventos,

na ascensão impossível,

babo chuva no grito absurdo contra as leis da gravidade.

E me agrada não encontrar

o teto do céu.



Caio como uma bomba

de nada.



Esse aí parado...

não...

não sou eu.

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