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Poesias-->SOU UM HOMEM SEM CULTURA -- 23/02/2002 - 20:13 (Fernando dos Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sou um homem sem cultura!



Desalentado me sinto,

Já nem sei o que pensar,

Não consegui estudar,

A vida tornou-se dura.

Sou um poeta sem nome,

Nos versos tão pouco valho,

Só me formei no trabalho,

Sou um homem sem cultura!



Não sou filho da fartura,

Embora fome não tenha,

E recebo quem me venha,

À porta pedir um pão!

É triste ver indigentes,

Sem nada para comer,

Mas é mais triste sofrer,

Com tanta incompreensão!



Se quem manda na Nação,

Não descurasse a pobreza,

Haveria com certeza,

Mais gente a viver feliz.

Mas assim que vemos nós,

Seja no campo ou cidade,

Um apelo à caridade,

E nos braços um petiz!



Por isso fico infeliz,

E sinto tanta vergonha,

Porque vejo tal peçonha,

Que me deixa envenenado.

É aqui que me revolto,

Por não ser um homem culto,

E permitir o insulto,

Contra o pobre espezinhado!



Mas sou assim confrontado,

Com a pequena estatura,

Que nas artes, na cultura,

Me tive que sujeitar.

Mas aos poetas letrados,

Que se imaginam doutores,

Eu não vou tecer louvores,

Nem as botas engraxar!



E jamais irei parar,

A luta contra os inúteis,

Que com discursos tão fúteis,

Só prejudicam o povo.

E assim nesta postura,

Quer sejam sábios ou lentes,

Serão sempre incompetentes

Se nada trazem de novo!



O país não é um ovo,

Mas tem o suficiente,

Para dar a toda a gente,

Um pouco de humanidade.

Mas a ganância é tão grande,

De quem puxa os cordelinhos,

Que nem os pobres velhinhos,

Escapam à crueldade!



Para dizer a verdade,

A esperança não morreu,

Mas afinal quem sou eu,

Contra moinhos de vento?

Não serei o D. Quixote,

Tão pouco o seu companheiro,

Mas sei que é o dinheiro,

Que causa tal sofrimento!



O povo não é jumento,

Nem se compra com bananas,

Para aturar os sacanas,

Que lhe prometem a Lua.

Como só não sou capaz

Convido assim os letrados,

Que sejam homens honrados,

A pôr os pulhas na rua!



É como ter uma pua,

A nossa carne furando,

E tanto vai penetrando,

Que nos transforma a razão.

Que ninguém diga sou louco,

Por defender quem precisa,

De conservar a camisa,

Sem ter no bolso um tostão!



Faço disto um bastião,

Mas sozinho pouco faço,

E preciso do teu braço,

Se és um homem de bem.

De mangas arregaçadas,

Mostra-me a tua cultura,

Porque a luta vai ser dura,

E não dispenso ninguém!



E assim como convém,

Com conta peso e medida,

À gentalha pervertida,

Daremos um forte abano.

Alugaremos um barco,

Onde serão estivados.

E por todos empurrados,

Para lá do oceano!!!



Fernando dos Santos

3/2/2002



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