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Poesias-->inocência -- 17/02/2002 - 23:36 (maria da graça ferraz) |
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Inocência
mdagraça ferraz
Ela pensava-se pura. Pura!
Pura como botão de flor branca
a despontar inocente como busto
adolescente de uma santa
Mas não! De seus jardins, vinha
o cheiro molhado das chuvas
Da terra aberta.Das gavinhas
das trepadeiras. Da veia bruta
que pulsa...Da corola exposta.
De aves. Das patas de insetos.
Cogumelos. Folhagens grossas.
Formas. Cores.Polpa.Sumo.
Estranha mistura de volúpia
Seu jardim fazia sexo explícito
grupal em seu nariz nu frontal
Herege? ela pensava -Ímpio?
A natureza seria degenerada?
Então ela entregara-se ao pecado
Arrancava pétalas com as mãos
e as devorava com sofreguidão
Queria possuir o grande segredo
da beleza do despudor perdoado
Perder o medo absurdo
do princípio profundo do jardim
Antes da semente e da pedra
Nada limpo. Nada sujo.
Acima de tudo! Tudo!
Prazer da entrega absoluta!
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