Usina de Letras
Usina de Letras
33 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62386 )

Cartas ( 21335)

Contos (13272)

Cordel (10452)

Cronicas (22545)

Discursos (3240)

Ensaios - (10442)

Erótico (13578)

Frases (50774)

Humor (20067)

Infantil (5484)

Infanto Juvenil (4802)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140863)

Redação (3319)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1962)

Textos Religiosos/Sermões (6231)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->A SECA -- 10/02/2002 - 13:30 (João C. de Vasconcelos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A SECA



Vive em mim a imagem,

Terra seca, sol quente,

Galhos secos, sem folhagem,

Sem vida, sem ter gente.



Rios que não correm,

Terra que se racha,

Águas que desaparecem,

Na cacimba não se acha.



O vento poeira levanta,

Folhas mortas voam no ar,

Sertanejo com bravura enfrenta,

Na esperança que vai mudar.



O sol tudo queimou,

O verde desapareceu,

Até a água ele secou,

Quase nada sobreviveu.



Filas de latas e de potes,

Á beira de um cacimbão,

A espera que água brote,

Daquele ressequido chão.



Só quem viu pode dizer,

A tristeza daquela gente,

Ver a plantação morrer,

Queimada pelo sol quente.



O gado de sede, vi chorar,

Seu mugido era um clamor,

Na tristeza de seu olhar,

Representava tanta dor.



Ainda escuto a voz do vaqueiro,

Rebanhando todo o gado,

Na frente da boiada, o primeiro,

Gritando um choro cantado.



O ano de 58 não choveu,

Deserto, virou o sertão,

O sertanejo só sofreu,

Deixou na terra, seu coração.



Juscelino, o presidente,

Com tamanha inspiração,

Tirou a fome daquela gente,

Com trabalho na construção.



Brasília foi construída,

Trabalho dos nordestinos,

Toda essa gente sofrida,

Agradeceu ao Juscelino.



Trabalho e muita garra,

Com o coração livre de mágoa,

Foram feitos, Orós e Araras,

Para acabar a falta d’água.



Estrada foram construídas,

DENOCS fiscalizou,

Aquela gente destemida,

Com vontade trabalhou.



Cena viva, que doeu,

Mãos duras e calejadas,

O sertanejo sofreu,

hoje, cenas passadas.



( Apesar de tudo isso, ainda brincavam, pois diziam:

DENOCS - Deus Não Ordenou Cassaco Sofrer -

Sofre Cassaco Ordinário Neste Departamento ).



João C. de Vasconcelos

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui