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| Poesias-->À ti, Saudade... -- 06/02/2002 - 19:35 (Myrelle Miranda) |
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Saudade. Que palavra tão bela e tão doce!
Palavra que soa tristonha e chorosa.
Doeu-me n alma lembrar-me, hoje,
de teu sorriso, nessa manhã nebulosa.
Ninguém pronunciou teu nome, delineou tua face.
A Saudade, entretanto, sussurou-me ao ouvido,
a cada passo, pedi-lhe que traçasse
os olhos os quais eu havia me esquecido.
Ai Saudade, este é teu dia!
Teu dia de doer, mas não me magoa,
pois eu sei que é bem verdade
que não dói mais a melancolia.
Confesso que nenhuma lágrima correu-me dos olhos,
nenhuma tentou se esconder pelo meu rosto,
nenhuma tocou-me nos lábios.
As lágrimas me correm para dentro do corpo.
Apaga-me da memória a tua imagem, o teu sorriso,
mas neste minuto a Saudade trouxe à tona
teu olhar que, poucas vezes, encontrou-me só,
pois tantas vezes esquivou-se desta menina.
Poucas vezes me foi o suficiente para te não
[esquecer
completamente do teu sorriso de menino...
E a Saudade me não deixou até hoje perecer,
lançando as imagens do passado pelo caminho...
Ai Saudade! Saudade, quando se apagam as luzes
das cidades, bairros e das ruas,
caminha sozinha buscando reviver
o que no passado era alegria.
Ai Saudade! Não quero, ao amanhecer,
continuar-me lembrando do passado.
Quero acordar num novo dia, reviver,
para não tornar amarga doce lembrança.
Este foi teu dia, único dia, amanhã é novo.
Eu agora respiro ar puro,
pois ao invés de estar ligada ao passado,
estarei ligada ao futuro.
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