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 | Poesias-->o último boi -- 06/02/2002 - 15:38 (Rose Maura Fleixer) |  |  |  |  |  |
 | traçou seu último olhar ao redor 
 o sol ardia, doía sem dó
 
 
 
 recostou-se num ipê
 
 sabia que ia morrer
 
 antes assim, sem dor
 
 
 
 mareou seus olhos redondos
 
 esbugalhados para a cêrca já sêca
 
 o capim fora-se primeiro
 
 depois o cordeiro,
 
 o jegue e só então o bode
 
 
 
 ele era o último do sítio
 
 não podia sentar-se, pois seria o seu fim
 
 
 
 buscou no olhar o arado
 
 lugar de trabalho suado
 
 
 
 lembrou de seu dono
 
 agora magro e desfigurado
 
 
 
 era o seu boi zebu
 
 de raça, orgulho a olho nu
 
 
 
 sem querer, sentou-se
 
 não alarmou-se
 
 também chegara a sua hora
 
 agora ia embora
 
 
 
 mais uma vez a lembrança do lugar
 
 fechou os olhos e dormiu
 
 nem deu tempo de avisar
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