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Poesias-->esfera de papel -- 22/01/2002 - 08:34 (maria da graça ferraz) |
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O papel sempre me foi
como uma argila...
Algo que modelo...
Furo palavras e desenhos
Amasso, dobro, faço curva
Enrolo em tubo e sopro
e miro...Construo barco,
chapéu, bola, buraco
de minhoca...Plisso, faço
vinco, escada de caracol
Ter uma folha de papel
é ser tipo de árvore com
consciência...É se ter nas
mãos um espaço infinito
Quando morrer, não
quero flor, nem coroa,
nem santinhos, nem terços
Apenas um candelabro
de sete braços
e, nas mãos, uma esfera
de papel almaço
retirado de um caderno
de espiral...
E terei uma galáxia
numa casca de noz
Serei um corpo
esquisito- quase anedótico-
neste mundo idiota
e sem piedade...
No peito, vistam-me
a velha fatiota-
o branco guarda-pó.
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