QUANDO MORRER
Saudade, que saudade!
Da vida que se encerra,
Das pessoas queridas,
Dos dias de felicidade,
Vividos aqui na terra.
Ó atribulada e curta vida!
Lutei contra o que não sei,
Nesta prisão sem grades,
Que és tu, terra querida!
Que tanto valor eu dei.
Deixo-te porém contente,
Pelo abrigo que me deste,
Foste médica dedicada,
Hospital de doentes
E passaporte celeste.
A roupa que me vestiu,
Dela tirei proveitos,
Só tenho que agradecer,
Quem tanto me serviu,
Sem me cobrar direitos.
Nesta escola sem portas,
De obrigatória presença,
Foi neste curso primário,
Que obtive as pouca notas
De purificação da Essência.
João C. de Vasconcelos
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