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Poesias-->CLANDESTINO -- 15/01/2002 - 16:33 (carlos roberto gutierrez) |
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Eu
um clandestino no teu destino
espinho na flor
dos teus dezoito anos comportados
cercados de rígida obediência
aos teus pais tão dedicados.
Eu
o lírio do delírio
que te envolve
que arranca a tua verdade
expõe a tua culpa
e não te absolve
Eu
a sombra na tua luz
que te conduz
aos caminhos marginais da vida
que no fundo tanto te seduz
Eu
um fantasma nos teus devaneios
vulto que com a força de um insulto te apavora
e por todos os meios
sem que hajam límites e freios te devora
até que o teu próprio medo vá embora
Eu
o oposto do teu princípe encantado
forjado em sonhos ingenuos
na cama frágil da tua adolescencia
Eu
uma chuva a toa
que escoa sobre a janela dos teus olhos
e te revela
a paisagem da nossa eterna primavera
Eu
teu homem
com tanta fome de te amar
com o desejo ardente de voltar a ser criança
no teu colo tão aconchegante
mais do que qualquer esperança
Eu
um homem clandestino
que no teu destino
te fez mulher
Carlos Roberto Gutierrez
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