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Poesias-->O Sempre -- 13/01/2002 - 12:13 (Célia Lamounier de Araújo) |
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Nasci nu
deram-me banho e um número
na pia batismal um nome
e o tempo vai moldando
o nome ao corpo e à alma
e do nascido faz-se a palma
que de outros vai magoando
e fatos vão curtindo
curtindo a pele
que se enruga a cada ruga
a cada impacto
no pacto da vida e morte.
Sempre a porta se abre e adentro...
Para outros, antes da porta
não importa nada,
importa ao nome juntar títulos
acrescer o nome é crescer o eterno
da relativa importância
de se chegar sempre em qualquer lugar.
Há pessoas que não chegam nunca.
Sempre a porta se abre, se fecha
a cada ato e para cada um
ficam as marcas vivas
precioso quilate do nu nascido
que vai partir e regressar
e renascer e revoltar
sempre mais enrustido.
Há pessoas que sempre ficam.
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