LEGENDAS |
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Poesias-->Grandes Clássicos- II -- 13/01/2002 - 09:43 (Roberto Cursino de Moura) |
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SONETO 9
Alma minha gentil que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma coisa a dor que me ficou
Da mágoa sem remédio de perder-te
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te
Quão cedo dos teus olhos me levou.
Luís de Camões
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