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Poesias-->SANTIAGO -- 13/01/2002 - 08:19 (carlos roberto gutierrez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há uma cidade estranha

onde habito

uma cidade linda

formosa

povoada por árvores frondosas

casas e edifícios imponentes

linhas arquitetonicas arrojadas

talhadas pelo tempo

uma linda cidade

salpicada de encantos

porém estranha

todavia

intrusa e difusa me acompanha

concreta musa

de alma aparentemente deserta



Há uma cidade estranha

onde habito

e nela tento conservar

o hábito de silenciar-me

quando dentro de mim

se avulta o grito

a materializar

a angústia

o pavor infinito



Há um clima seco na cidade estranha

onde habito

sinto na garganta

na pele, nas mais profundas entranhas

a secura

que a fissura do tempo provoca



Há um apartamento estranho onde habito

um lindo apartamento

localizado estrategicamente

em frente a cordilheira

um apartamento lindo onde habito

repleto de comodidades

poderia até chamá-lo de lar

mas claro que não é

mas claro qué é apenas uma passageira morada

um efemero repouso

para uma alma conturbada



Há uma nova situação

assimilação de novos hábitos

e perversas ausencias

o choque do contraste

entre as aparencias e transparencias



É como se o tempo

aprisionasse no mesmo momento

o sofrimento de um feto

arrancado do útero abruptamente

e o encantamento de um ser

ao nascer lentamente



Há uma paisagem interior

dominando as janelas

seduzindo os meus olhos sentinelas

vence-se o sono

mas jamais o sonho

que subitamente nos apodera

são outras árvores

outras flores

otras calles

otras personas

nuevas personagens

e há uma paisagem interior

desenhando-se

vagamente

dentro do meu peito

são linhas longas e ondulantes

atravessando

os becos sem saída

pulando os muros

desvendando os labirintos de Santiago

seu frio afago

congelando minha memória

embaçando minhas retinas

forjando o lago.







Carlos Roberto Gutierrez

Recordações do Chile
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