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Poesias-->O FINO ROSTO DA VERDADE -- 08/01/2002 - 13:05 (João Ferreira) |
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O FINO ROSTO DA VERDADE
Jan Muá
8 de janeiro de 2002
A verdade não é necessariamente o que tu dizes
Ou o que julgas ser incontestável
Não é também o que dizem por aí
Nem o que os politicos apregoam
No palanque
Ou através das cestas básicas
A verdade em rigor ainda está a caminho
Bastante escondida
E dela pouco saberemos até ao amanhã
Em que descobriremos profundas razões
De vida e de ação
Há portas nos céus da terra
Que nunca abriram
Há declarações vitais que ainda esperas
E que chegarão a ti em horas próprias
A verdade não é a doutrina
Nem a retórica
Onde se camuflam intenções
Ciladas
E inverdades para pegar incautos
A verdade é o espírito puro
Não contaminado
O ato de transparência
A nudez das coisas na sua origem
Onde não há ambigüidades
É o estalo da crua realidade a teus olhos
É o olhar virgem como se fosse de criança
Ou de inocente sem escamas nos olhos
É tua esperança preservada
Tua fé sagrada fechada
Tua paixão ardente e louca
Não raciocinada
Verdade és tu mesma
Antes da mentira
E da poluição de teu senso moral
És tu no primeiro abrir de olhos
Ainda inocente
Antes de aprenderes a fingir
Verdade é o verbo revelador
A poesia mansa do instinto de viver
A atmosfera livre
A cama em que ainda não deitaste
O café ideal que ainda não tocou tua língua
O amor preservado em teu corpo
A singeleza de teu rosto
Os valores escondidos
Nas paredes e nas válvulas do coração
Esconderijo das mais íntimas esperanças
A verdade são todas as chaves que te são dadas
Todos os caminhos colocados à disposição de teus pés
Todos os horizontes que brotam do repouso de teus olhos
A verdade é a esperança virgem
Em teu destino
A cor viva da tua existência
É a chave mágica
Do sentimento de autenticidade em teu ser
O mergulho feliz
De tua alma descobridora.
Jan Muá
8 de janeiro de 2002
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