E se me cansasse?
E me calasse?
Minha vontade de fugir.
Não falar.
Escrever.
Nem perguntar.
Não mais telefonar.
Seguir a regra
traçada há décadas.
Engolir seus livros.
Passar por seus testes.
Vender suas vitaminas.
Ouvir suas teorias.
E se quisesse ser como outra qualquer?
Não mais pensar,
nem me atordoar.
Deixar estar.
Deixar viver.
Ser levada pela correnteza
sem me aborrecer,
sem me preocupar.
Sem ler julgamentos
da sua mente.
Que eu sinto o que sente.
Que eu sinto a verdade,
a mentira,
e insinua,
e retira,
e machuca.
Até esquecer,
e voltar adormecida.
No ponto de partida
de não mais importa.
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