a alegria, o torpor, o pavor de viver o tempo todo...
Junto a ti, preso, às feições do mundo brilhante:
Teus olhos e o que vê.
Tuas mãos e o que mexe.
Teu corpo de bruço contagiando o sol...
Morre o dia, a lua, a fome e
Tudo que consola, que lamenta...
Morre os morros e as planícies e
as gaivotas que sobrevoam o céu sem fronteiras.
Além do olhar, ninguém ultrapassa o céu...
Ata-me.
Morre sem um dó de olhar para o homem
que contempla tudo isso.
E, morro eu e morres tu,
no mesmo trajeto e canção.
No mesmo coração e não.
No mesmo amor da nossa glória...
Márcio Silva
Os rouxinóis podem cantar mortos e podres.
A ilusão do canto é o coração tremendo e sonhando
Vivendo a sua vaidade.
E, quando a hora de chorar
coincidir com a de sorrir,
Quando o tempo de ficar
for o mesmo que partir,
E a vez de abraçar
for a mesma de correr de mãos dadas...
então, o amor será revelado aos poetas e
o coração terá o seu sentido.
Não existe caráter que suplanta a sobrevivência.
A existência condiz que, a honra, só se perpetua com a morte.
Sinto fome pelas veredas das grades: o Ser transcende...
E tremor dos recalques do horizonte.
Deus, impertinente, comunga a minha audácia.
O dia inteiro é uma rotina que se debulha.
O pensamento causa a surpresa que fecunda o inesperado.
Acontecem coisas deslumbrantes na mesmice de cada dia.
A vida é uma fantasia maior do que qualquer uma outra.
O suficiente de ser é em si, compreender o outro.
Na verdade, ninguém é suficientemente só.
Se a gente, às vezes,
Não compreende o porquê da vida
É que a dor ocupa o mesmo espaço da beleza.
Na estrada do olhar tem o caminho certo do lugar
que deveremos chegar.
Nenhum outro lugar há de ser tão especial...
Existe um pavor tão grande da morte
E não há critérios para morrer.
Coração, perdoa o momento da inconstância e
Vive seu amor de corpo e alma.
Hás de morrer ao acaso de alguma coisa,
como ao acaso da liberdade amar...
eternamente.
Se a alma se imola
O sacrifício é puro
Deus abençoa os corações nas bandejas.
Que coisa magnífica é tocar a água e sentir
a sua transparência...teus olhos são véus que desejo.
Sempre quando me perguntam se ainda amo,
há um silencio incompreensível no meu coração...
Luz do dia do sol
Luz da hora do sol
Luz do verde da mata
Luz do teu olhar, mais nada...
Aconchega-me
E me invade
E eu, surpreso,
Delicio o desejo que mantenho.
Sou escrachado e santo quando me cubro
com a púrpura dos outros.
Vestido com a minha ferrugem, sou eu só
Banido, até o tempo se der conta.
Passam-se os anos e a certeza...
De tudo que a gente pressentiu como verdade.
E, nada fugiu, nem além atingiu o que tinha de ser.
Tudo foi o mal,
Tudo foi o bem...
A personagem sou eu, risonha
No prefácio da lua...
Quando alguma coisa estranha me arrepia,
Do jeito que o só o êxtase me faz compreender,
Deixo chorar meu coração à solidão dos meus dias:
Coisa estranha é o amor...
O medo é a excelência que nos faz, em parte,
Compreender a existência.
Nenhum amor consola como aquele que a gente tem pra dar
Como são bobas as gentes da praça
vendo a marmota da vida.
E, como também boba, a gente que passa
Vendo às gentes da praça, no lazer das suas graças
Ou desesperos não compreendidos.
A primavera não tem referência direta com flores, tem com luz: para enxergar flores é preciso de luz.
As pessoas sensacionais da minha era estão mortas, e as excitantes estão vivas. Por isso, conservo meu coração humilde a cada desejo.
Quando alguém segura minhas mãos, a primeira coisa que este sente, são os meus olhos...
Aquietas teu coração no bem
Que o bem te conduz.
Não te aflijas às coisas que fogem da sensatez
Há um porquê na sofreguidão de cada detalhe.
E, uma razão coerente que resolve tudo,
Conforme as bênçãos de Deus.
Inocente é cada homem que não perde a confiança na humanidade. Como estes são dignos da Terra Prometida de Deus: se há um coração para o conforto, jamais o tenhas no julgamento.
Não prometeis, Não julgais, Não pedíeis, Não relutais...
Se prometeis, haverás algum dia de cumprir.
Se julgais, observar-te-ão ao teu julgamento e te julgarão.
Se pedíeis, dar-te-ão a mais ou a menos do que mereces.
Se relutais, nunca saberás o que é vitória:
Queira apenas o Encontro, e tudo estará no caminho do bem que te é reservado.
Ando no vazio olhando as coisas exatas do tempo e, a cada passo, sinto maior a imensidão...
As minhas coisas estão esparramadas ao relento...
Todos os que as buscam, as encontram e, os que as amam, determinam o lugar de onde elas vão ficar.
Chamarei de princípio a cada partida, a cada adeus, também ao fim da ilusão: assim terei motivos para começar a vida no meu caminho certo.
O tempo de brincar nunca passa das nossas vidas, coincide com o tempo de sorrir: há de te fazer sempre de bom humor para o espetáculo da vida.
Se o amor maltrata, perecer das suas garras é juízo final:
se consola é bálsamo, é abstrato, é a divina sensação quando, nem razão nem loucura, invade tudo que se desencadeia...
Primeiro meu peito treme de amor, depois vive a ilusão do viver.
Se alguém é capaz do bem que se satisfaz,
Rouba-me o caos: a metáfora
Consome com esta prece da beleza que me invade
E, só, impregna-me do hálito de quem me beija...
Infelizmente o luar encharca o pântano
E o meus olhos, luzes pardas que comovem açoites,
São versos defronte cachoeiras e lume seco, das bananeiras
da noite, nas suas costas...
E sou eu mesmo: cálido e gélido no arrepio.
Sinto o cheiro do vento e o alento, só da solidão.
Se meu coração tem trepadeiras, tem veias sinistras.
Todas as minhas tripas comem néctar das flores, mas
Estou cheio do charco do meu sapato largo.
Não corro para lugar nenhum e não anseio.
Quero o batom e a boca e,
quero a coisa mais louca pra eu morrer reticente,
Indecente, balbuciando palavras nuas...
Solto-me nas tuas mãos e o meu chão tem estrelas...
Vivo no ar deste paladar, querendo saltar das tuas garras
querendo agarrar às tuas saias,
e perceber o vento...
Se eu disser que te amo, cala.
Pois quantas vezes vou dizer que amo,
Sem perceber que a glória do dizer não conspira à luz.;
E tantas vezes, não conspira...
de quando, mesmo, se está sentindo...
Olha o ruído do rio e o sentido da ponte.
O verde das matas e as secas do chão, folhas...
Olha o berço do bebê e o choro da mãe
A dor de viver e o prazer de sentir, olha.
Que mundo, que poeira, que asneira!
Tudo é bem que se consola
Que se esmola, que entorta até o cabo.
Quero presságio e agonia à monotonia das coisas:
Parem o trem
Parem a rua...eu vou passar...
Olha eu passando de bobice boba.
Cheio de emendas e prendas de prazer, pari.
Meu coração jaze flor
Morrer de amor, de sebo,
De cintura afundada na pia...
Cheio de versos, de temas( e teimas) como manteiga:
Chorando aos cantos, vendo aranhas subir, descer
É colapso de mim? Não. De eu, só eu que sei...
Guarda eu, anjinho.
E, guarda-me
Se há um porquê eu quero aprender
O que eu sei ensinar
Mesmo quando eu não quero saber
Se, só o que eu sei é te amar.
A vida é linda!
Cheia de nuances,
Tem certas coisas que, quando eu não posso aplaudir
eu suspiro...
Faz de conta que me beija, mas me morde com uma voracidade incrível... Sou tudo que me pedes e sou o que eu sou. E, os teus olhos são desejos ardentes no breu da noite.
Gosto da coisa louca que me arrasta, esse véu de ir, sem saber pra onde estou indo.
Somente a questão de espezinhar contradiz tudo: o boçal esperneia e o normal toma café. - É meu drinque predileto!
Não suporto a cor mórbida das olheiras nefastas, nem o brilho do farol do teu carro azul...
Sou eu quem me revelo no acostamento das estradas.
Estrelas e estradas são caminhos que levam ao sonho.
Sou eu quem procura à sombra para poupar a tua fronte, mas sou o sol ardente pela fresta e empresto o rubor dos dias marcados pelo suor.
Meu corpo deseja, e todo desejo padece.
E, não sei o que acontece, tremo do teu lado, à tua volta.
Faz de conta de tudo e, mais uma vez,
Que me ama...
Já não tenho com o que me preocupar.
É o sol, são as noites...e os pássaros, palhaços, cantarolando tristes canções. Acasalam-se ao vento o orgasmo da vida e repetem-se à sina do homem: multiplicação da espécie.
Vendo a cor da tripa do meu estômago, barriga arriada, perfeita e, os anseios dos suspiros debruçam à tua fronte, consome o que resta, beija, já é tardio o momento.
O meu amor é vexame e síndrome desesperada.
Alguma coisa, às vezes, antecipa a minha entrega, mas sou como o nunca, acontecendo em nuances.
Não, não são pérolas...
Alguns homens são pérolas
Outros são porcos!
Tente conter a minha veia e o sangue pulsar, repulsa...e o tempo que não passa, voa.
Tente ver como são as codornas no pouso e, em ti, atenta à nudez do sonho.
Sonha em mim, pra mim, comigo.
Meu umbigo revela a tua boca,
Gostosa boca, farofa de uma mistura:
Tua e minha...
Acostumei-me a qualquer coisa.
Como por exemplo: o mormaço da voz, o calor do som
e a ópera do adeus.
Acostumei-me a ti, também, como qualquer coisa.
E, não percebi, que o contraste dos teus olhos com o céu causa melancolia, principalmente, o céu da boca...
Quando vem esganar-me o teu beijo, percebo que a dor é tensão de prazer ou tesão de nostalgia, de uma pia, de uma cama, de um chuveiro e, às vezes de fato, de mato mesmo ou de areia...
Sobra pra nós aquele recalque e aquele disfarce e aquela coisa cheia de charme que é o consolo dos nossos dias, e que não é consolo de nada: é alma apenas, isenta de tudo e querendo tudo, principalmente, um punhado de amor, ou um punhado de outras coisas, que sem nome certo, interferem e nos desmascaram ao pequeno início do que somos.
E sou vertigem e sinto vertigem.
A plumagem da minha pele é neutra, e não insensível.
Preciso rápido do que eu mereço, porque o mais rápido do que eu mereço são os meus sonhos e ouso me fazer felicidades, e me condenso na lua prateada daquele mesmo céu que me acostumei: a boca do sol que beijei. Se por amor, ainda trêmulo...
Anonimato
Quando tu me beijas, um soluço aqueço.;
quando então, adormeço, numa saudade vazia.
Lembrar dos teus braços, eu lembro e,
sentir o teu corpo, eu sinto... resplandecer entre flores, absinto, néctar... de todo este beijo.
É relevante, interessante, duplicata de homem e, em tudo,
faz vibrar uma natureza modesta: a da espécie.
Quando tu me abraças, não há mundos em minha volta.;
nem contrastes de horizontes com os meus olhos,
só os teus...brilhando dia, farol das noites.
Sinto o amor no desespero de amar, e sei,
que o desespero é amar,
pois a vida faz vibrar a emoção de sentir e Ser...e,
por isso, Sou...
Deixei-te e jamais te disse adeus.
Faz parte de mim o amor que me consome...
não consigo viver sem eu.
Márcio Silva
Ritual
Vejo que as flores são ainda belas.
Das janelas sopram sonhos, cachos,
Lábios que dão afeto, coração de adeus...
O riso brincando à chuva,
o verso que encanta a dança dos pés...
O que sobrará de nós dois?
Vem tu depois, molhar o tapete da sala,
cobrir o meu corpo fazendo amor...
há só o calor desta hora,
batendo o teu peito,
soluço de dor...
Boquiaberto, a emoção plana.
Roubo o instante da cena, da vida camuflada.
Resolvi que sou charada da performance.
Sou eu quem me rabisco.
Sou eu quem me imagino.
Sou eu quem faço de conta...
Não devo normalidade à absolvição das causas absolutas.
Relevo o que eu não quero aceitar, jamais aceito.
Não me importo com conclusões, detesto pesquisas:
são ilusões de censo comum.
Partidário
A qualquer momento jorro em cascatas...
A minha febre queima a sentença do meu desejo.
Em tudo, o beijo das coisas beijando monotonia.
A sala vazia, o quadro na parede, a janela aberta e o azul do céu...
Um fluido e um colapso disparo: o vendaval do vento que abraço.
É o seu corpo aquela sensação mais íntima que alcanço.
É o seu corpo o prazer que me molha os sentidos.
É o seu corpo o presságio de sombras e sol.
É o seu corpo o cataclismo de mim: eu e eu,
alma e alma.
É vanguarda morrer e Ser...
A qualquer momento disparam-se canhões.
E flores ventilam em seus canteiros.
Tenho medo de tudo, mas estou confortável nos meus sonhos.
Fico sentindo reminiscências...
O estranho olhar de Lúcifer com desdém do paraíso.
Se o homem a si se serve, a Deus convence.;
Se serve ao outro, serve ao diabo.
As nossas mãos, suadas, escondendo os nossos apelos, beijos de quermesse.
Escutam as nossas preces, Anjos abelhudos...
Então, os nossos apelos refletimos, convencemos tudo do normal e
também o caos do absoluto.
O nosso coração já sonha.
É benção
É razão
É a vez que soluça...o seu amor que é tudo.
Às vezes, em noites de lua, nada mais perdura, não adiantam estrelas...
Márcio Silva
Anjo Eu
Olha-me, sobressaindo de boca, caindo...o luar eterno.
Pernas escancaradas de paixão à imensidão, incendeiam-se.
Labaredas, torturas, espasmos, néctar...
Um soluço improvisa à lágrima.
Os olhos de sol têm felicidade.
Cubro a testa o medo vil, deboche dos corvos.
Estão sonhando por nós, estão querendo-nos em açoites.;
Nossos corpos carniça, nossa cicatriz,
nossa imperatriz, meretriz mundana.
Valha-me, olha-me...
Sobressaindo com asas, hilário, patético, perfeito.
Pernas disparadas na corrida.
Corro montanhas, apanho flores, sinto o vento...
Vem o cheiro do capim, vem o jasmim,
vem o mar bater as minhas costas.
Espumas, dunas, folhas secas...
Sinto que tudo no homem é complexo.
Só os anjos são maleáveis no olhar.
Márcio Silva
Se de repente, eu me achar por acaso,
que importância terá o amor que tenho certeza,
se nem mesmo a beleza,
traz o verso feliz que sei cantar?
Os ratos camuflam o riso.
Desespero.
Quero o rumo do queijo, ratoeira.
Quero pão e água e manjar sedento, sonhando...
Minha cabeça espatifada no arame do absurdo:
a peste negra do amor, sadia nas reticências,
na incontinência de súbito sonhador.
Velei o sentido que animei.
Se parei o tempo, morri no veludo negro.
Meus olhos, disparate de ti, debocharam...
Eu vi o cume da lua e a protuberância da bunda.
Senti-me o único, solo do mundo.
Conspirei pelo nariz,
Evitei a língua e,
achei tudo normal...
Dormi de barriga cheia no precipício do ronco.
Alguma coisa numa hora oculta vadia.
Seria eu e pesadelos, mas tu és nos sonhos... e, és tu.
Acabrunhada, rompes a morbidez da neblina e a insensatez de pousar.
Queira pousar não, queira voar, voar...
Seria eu o longe do alcance, mas tu, enseada,
se perde no mar e no querer...
Não sei se sinto prazer em todo corpo ou se o prazer já molda, e plana, o meu Ser...
De ventura, na largura do corpo, subi.
Assimetria louca, tanta gordura...dobras sem fim, montes e caldas.
A barriga céu.
Os braços espadas.
O abraço de fogo ardente.
O coração contente é o desabrochar, seu corpo...
E nuances e espasmos e,
o lago de cisnes, teus segredos: olhos vermelhos, amendoados.
Do meu lado mora a cura e a loucura.
Sempre quis que o sol ardesse em minha pele,
mas sempre dizem que nos amam quando o verão se acaba...
Na época das festas, espero que os sedentos bandidos se aflorem
E me beijem, por assim dizer, todo meu Ser.
Lapidem chocalhos, chicotes, açoites que ouso:
Esparadrapo no meu peito, a única modéstia branca de mim.
Em todo meu corpo se aloja o fluxo do sangue, diadema que me veste,
Interessante, no ruído do mundo.
E, um ar condescendente de mim, parte.; de um dente que morde, vampiriza.
Navega a sensação que excomungo,
O pranto que dilacero
E o cálice que bebo...
Nas tuas mãos sou capaz de tudo e vou além do meu medo.
Quero reclamar o meu carinho e dar a posse do meu amor.
Se sou feio como as juritis ou os balaios de galinhas,
Desculpa-me o meu assombro ou o teu...
a beleza é irrelevante em qualquer orgasmo.
Nem sei se andei e com quem andei.
Nem se fiz ou deixei por fazer.
Não posso dar conta do ontem, se respondo pelo agora.
Se tive medo ou coragem,
se foi de tarde ou dia e,
por alegria ou tristeza,
por delicadeza ou brutalidade,
Só tenhas certeza,
que foi tudo por amor...
Todos os seres humanos são desprezíveis...
Alguns, interessantes, por algumas horas.
...acho que o foi que eu quis,
foi beber da tua boca aquele sorriso da primeira vez:
dei nome de amor e este instante tornou-se eterno.
Eterno de saudades...
Dar-te-ão com desprezo ou valor,
Com sabor e não.
Tão óbvio ou em segredo,
de comum acordo e forçado,
Como bilhete ou recado, mas nada
que disseres, pode impor ao que está dito e nada
do que fizeres gloriará acima do que está feito,
Pois tudo já está pronto e já está esteve pronto,
Com o mesmo desejo do querer...
A metamorfose da larva à borboleta é a mais cobiçada do mundo,
mas a beleza é plena só no olhar.
Olhai às flores irrigadas de sol...consolo, bálsamo, pousa a alegria.
Tudo passa nesta vida medonha!
Não há indiferença à presença de Deus manifestada.
No fundo da minha alma há um segredo,
que vive um segredo,
que morre um segredo e,
às vezes, sonha!
Buscai à porção do medo isolada do mundo.
O segredo das coisas é o total silêncio da esperança,
às vezes, aflita, na questão da morte.; às vezes, do sonho,
mas sempre valendo à pena,
Como a vida, digna, em todos os momentos...
Ao homem, terra:
a questão que o tempo dita.
Ao homem, fogo:
a ilusão da encarnação de poder SER.
Ao homem, água.
E, se banhar das gotas do que chora e ri.
Ao homem, ar.
E, voar e premeditar pensamentos...
Ao homem confere:
beber do cálice da vida e amar o sangue,
compor-se da paixão que emanam as almas...
O homem limitado sabe o que é amor naquilo que proclama infinito.
O homem perfeito sabe
que tudo é perfeito
pois sente-se a si,
não ao mundo...
Quero teu corpo aconchego,
rir das minhas mãos afáveis em teu rosto.
Moldar-te a tez, inflavel lua...
As horas passam, a noite some,
Velei os teus olhos sem medo.;
tudo que me resta consome,
o prazer admirado de perder à noite e me fazer no dia.
Uma hora deixar-te-ei, como o apocalipse.
Serei eu, rei das minhas conquistas libertas de adeus.
Serei sem pesar, amável, afável, veloz da voz...sem mágoa de reclamante.
Na verdade, nada foi tão importante: restou a vida e o céu.
Cantarei à noite o preludio sol, brilho do olhar, os meus horizontes...
Ainda que quiseres o absurdo, dar te-ei...
As olheiras da noite, pari imensos pensamentos de ilusão e,
por teu amor, sentimental, chorei...
Dei-me conta de que o infinito não é o céu,
é só o véu, do azul que inspira o teu olhar...
Meu amor debaixo do teto, contexto só as aranhas,
As suas pernas múltiplas com falta de tato...
Relato tudo ainda por este fato, a peste do rato,
A fome no homem e, enquanto o paradoxo da conquista rabisco,
Não valho-me de nenhuma pista, detesto chocolate e mais ainda, hipocrisia...
O fator H de cujo sou, não é exatamente o que respondo:
Sou o meu dono e o meu senhor...e, o escravo de quem à liberdade escraviza: a juventude em todo tempo eterno.
Quando eu olhar de novo àquela visão constante que mudas, me porei isento.
Serei livre do embaraço de tudo que sei e que não sei, que imagino...
Não preciso de mais perguntas, sou cara de burro, respostas nítidas.
Minto que há tudo em mistério, maior quando eu quero, misturado, em teu desejo...
Percebo o segredo que ronda, como noite nos teus sonhos.
Teus braços no abraço do meu corpo, tua cruz, teu santo...
Calo no meu medo e me arrepio de pensar em tudo, de viver tudo e acordar no meio do nada. Dei a ti algum tempo, o maior da minha vida, e ficou o comprimento que o amor mede às frases perdidas...então, te amo, e nada mais interessa.
Nem apelos ou promessas, ou o tempo, alento, que abomino.
Vou morrer nos teus braços de fato, talvez, não literalmente, mas envolvido num abraço, que me esqueci, em algum dia...