E quando a paisagem se misturava ao cotidiano,
Fechando os olhos à beleza do indizível, do sol em seus primeiros raios,
Da folha seca caída no chão no inverno, das marolas que não param de
rebentar à praia, mas nem por isso deixam de ser únicas, raras.;
Quando a rotina me acostumava ao que via pela vidraça de meu quarto,
Não atentando nem às gotas de chuva que a embaçavam e escorriam
Em minhas horas de solidão.;
Quando a esperança se dirigia às portas da realidade e me fazia parar de perguntar:
“Para quê?”.;
Quando até a lua se curvava à minha omissão,
Ocultando seu brilho,
Cerrando minha volúpia de outrora.;
Quando as pequenas coisas se tornavam realmente pequenas,
Comuns, tolas até, e não mais
Singulares, misteriosas, desafiadoras...
Colocaste flores na janela de minha vida, menina,
Puseste alma em meu coração.
E isso fez toda a diferença.
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