Estou flutuando em uma redoma de vidro!
Socorram-me, estou aos poucos me sufocando...
Há muito tempo ninguém me toca
Há muito tempo não sorrio
Há muito tempo não choro
E seguro a respiração para viver mais!
Socorram-me!
Mãe! Onde está a senhora?!
(andando pela casa, limpando tudo...)
Pai! Onde está o senhor?!
(trabalhando feito um louco, como sempre...)
Irmãos!
(dançando por aí em qualquer boate...)
AH! Não suporto mais flutuar tanto.
Me dêem algo concreto!
Comida, um beijo, um porre,
Qualquer porcaria que me sirva
E suma em seguida,
E não volte!
Me dêem um alfinete
Para furar essa redoma,
Rasgá-la, sair,
E cair na redoma do mundo
Onde vivem meus pais, meus irmãos
E meus amigos.
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