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Poesias-->UMA POESIA VULGAR -- 25/11/2001 - 10:48 ( Marcello ShytaraLira) |
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Realidade macabra:
Uma poesia vulgar.
Aí rapaziada tô no pedaço
O que pega hoje nesta linda noite?
Opa! Cês tão fumando
Então, deixa eu da um tapinha?
É mano tô na boa
Pisando nas nuvens
Esse é du bom mesmo, heim!
Cabeça de nego..., aí!
Hoje tá coisa linda
Sexta-cheira vou travar
Então agita um rateio?
Vou cheirar todas, tá ligado!
Vamô sair na caminhada
Subir logo o morro
Cair pra dentro da favela...
Fazer rápidinho a parada
Arrecadou pra quantas
5 papel, pôco em prego
Quantos na parada? Certo!
Catei a farinha, vamô dar linha...
Olha só truta
A noite tá um crime
Aí! Desce uma gelada
Cara tô estalataço...
A noite é uma criança...
Se viu os pivetes?
Só 9 mm longa na mão
Doze e o caráio!
Mas é o seguinte
Se me tiram jogo pra cima
A minha taqui ó, 380 mm
19+1. da cara deles faço peneira...
__Tá jogando conversa fora
Lá dentro os mano dão cobertura
Ninguém te faz, um vacilo...
E acordam com a boca cheia de formiga.
Só que num boto fé, não...
Os mano só de crack
Muito lôcos, se entram numas...
Pipoco, tô nem aí pros bom da boca
Bateu a fissura, pegá mais?
Pô, sangue bom tá duro!
Vamo fazer uma fita
Tô no aperreio, quero cheirá...
Então cú vê a grana aí?
Rapidão, vamo logo...
Dá umas coronhada nesse prego...
Tá tirando a favela...
Hí pintou sujeira
É os tira, vô dá um burro loco
Saca a tua mano, joga pra cima
Já tô sapecando...
Porra! O cuzão saiu fora
Me deixou sozinho na parada
Descarreguei o pente, fodeu!
Caráio, acertaram minha perna...
Tô vendo porra nenhuma
Pronde esses ratos tão me levando
Parece terra..., rua de terra?
Parô..., vô trocar idéia.
Minha perna tá sangrando...
Ainda tô anestesiado, depois...
Aí seu dôto, era só uma fitinha
É que tô muito doido, bateu a fissura
Despacha o meliante
Não, vamô trocar idéia!
Um barulho ensurdecedor
Minha cabeça o sangue escorrendo em dor...
Olho para o céu...
Lembro daquele dicionário...
De minha família sem dinheiro...
Fui condenado a este caminho derradeiro...
Sinto doer muito mais a rejeição
A PT caí de minha mão...
Vejo marginalizados meus irmãos...
Chora meu coração.
Tudo que quis desta vida foi:
Fazer faculdade...
Ser poliglota...
Escrever textos eruditos...
Me tornar um homem de respeito
E produzir para a sociedade...
__ Mas o pico recusou-me esta oportunidade
e passei a viver só de “pico”.
Shytara
Sampa 22/10/2001
Não chorem a realidade é ainda pior... e ninguém chora.
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