VAZIA DE MIM
Na quietude da noite,
espírito entorpecido,
perdida em pensamentos,
envolvida por sentimentos,
fecho os olhos e medito.
Lentamente se desvela
como em novela,
aquilo que pedi,
aquilo que não vivi.
A alma, melancólica,
cega para a beleza,
surda para a poesia,
não cria,
não canta,
não se eleva,
incapaz de apreender
o mundo,
as coisas,
as pessoas.
A vida se fez
incolor e vazia,
esvaziou-me de mim,
esvaziou-me de ti.
GCunha
24/11/2001
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