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Poesias-->Antes que Nenhuma Palavra Reste -- 02/11/2001 - 20:50 (Fernanda Guimarães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Antes que Nenhuma Palavra Reste





Antes que nenhuma palavra reste

E a noite se deite sobre as páginas do meu corpo

Folheia-me, lê-me na textura do meu silêncio

Calo para escutar-te em minhas veias

Durmo anseios, abreviando nossos hiatos



Antes que nenhuma palavra reste

Toma conta dos meus desassossegos

Já não quero o disfarce, o coração embuçado

Não me perguntas sobre os caminhos

Para que rumos, quando tenho teus braços?



Antes que nenhuma palavra reste

Engravida de sons a minha alma silente

Anuncia as cores, derrama-te em gestos e carícias

Florescendo os botões dos sorrisos

Que espreitam os lábios áridos da ausência



Antes que nenhuma palavra reste

Aconchega a fragrância dos meus olhares

Onde amordaço o desejo, a falta, a espera

Tira da minha boca a ignorância

De viver sem saber dos beijos teus...



© Nandinha Guimarães

Em 01.11.01





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