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| Poesias-->nervosa -- 28/10/2001 - 00:12 (maria da graça ferraz) |
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A noite está tão tensa,
cheia de cacoetes e de tiques
nervosos. A noite pensa. Pensa?
E eu estou aqui, a dar xiliques
com esta crise de enxaqueca...
As estrelas como grilos de luz,
lembram neurônios de longos
axônios - uma cauda insone- de
vívido e elétrico ponei
Se levantar dedo, tomo choque-
morro eletrocutada! É como tocar
guitarra molhada no som de roque
O jeito é tomar um sedativo
e evitar dos males, o curtocircuito
Afinal, a vida é ciclotímica:..
Neura maníaca- depressiva.
E, quando se ligar o interruptor,
a luz do sol curará a neurótica
noite e, restará a memória
de nervos. Algo onde fervo,
sem entrar em ebulição...
Restará o que escrevo e
duas inúteis e vazias mãos-
galhada de dois cansados cervos-
abandonadas no chão.
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