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| Poesias-->Alagadiço de Carnaval -- 26/10/2001 - 10:57 (José Ernesto Kappel) |
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Não há nada, em absoluto,
que me torne intangível,
talvez o ocaso dos dias,
que passa tangente às ruas.
Sou ocasional dos alheios,
das subidas arcadas,
e descidas em pecado.
Nada me faz sofrer mais
do que não sofrer.
Perdi meu coldre de lantejoulas
numa luta
de trinta anos.;
perdi meu sentindo de ser,
num caminho sutil e lilás.
Fui me revisar diante da
vida que me restava,
e da vida nada me restava.
Desde que ela se foi,
dobrando esquinas,
empoeirando vestidos,
e encapuzando sua cachemira
de vinho brando,nunca fui
mais desigual,parecido a uma
águia tonta e dourada
cavando os espargidos
num céu de puro sol.
Depois que tudo se passou
e só não passou prá mim,
invoquei o artigo da morte:
onde morre um amor tão antigo
outro não pode sobreviver a sede
de um novo.
Por tudo isso,
um vendaval
passou por aqui,
e, em dor,
me transformou em
pura
fantasia infernal.
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