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| Poesias-->Açoites de Outono -- 05/10/2001 - 10:07 (José Ernesto Kappel) |
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Quero um açoite qualquer
que tire essa dor,
dor que vem de dentro,
raspa a saudade
e explode em lágrimas.
Que fazer?
O mundo não pára de dar voltas,
e conseguir surpresas
a cada novo sol?
Que fazer,
se o trigão da terra
desvaneceu-se ao
vento de outono?
É a idade que antecede à colheita,
é o rumorejo da velhice lá longe,
aguardando, de mesa posta,
a vítima de cada dia.
Assim, deito no colo dela
-de puro cetim -
e espero pelas boas novas:
mas que não venham de açoites!
durante meus pernoites,
nesta casa de ninguém, onde
toda noite todo mundo se renova
em juventude, eu me renego à solidão
dos minutos.
Por um instante qualquer
quero ser tão puro no coração
desta Maria de quatro
estações,
de nenhum vento e sempre
banhada de um sol radiante !
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