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Poesias-->assimplesmente -- 01/10/2001 - 00:40 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Queria-me comum,

simples,

explicável,

como boneca

inflável?

Pensei-me inalterável

mas virei páginas

Sonhei-me uniforme

mas sou anárquica

Achei-me soberba

mas fui ordinária:

esbravajei!

Fugi do naufrágio

nadando cachorrinho-

valente e sozinha!

Calculei grandezas

mas contentei

com irrelevâncias

Sei dos perigos

mas me porto

como furiosa criança

Queria-me

burguesa,

bem-comportada

e incensurável?

Queria-me

inútil e fútil?

Desejei-me afirmativa

mas trago dúvidas

Pensei-me aboluta

mas formulo

estúpidas hipóteses

Desejei estabelecer

fins mas lancei

meus alicerces

estranhos

Achei-me bela

e cativa-

como tu querias-

mas enfrentei

a medonha tirana

Pensei-me

inocente menina mas

precisei tirar a

limpo

Rompi as amarras

Tuas cordas

Tuas tarrafas

Tuas garras

Queria-me

dadivosa e

conciliatória como

uma torta de amora?

Esperavas que

eu aguardaria o tiro

de misericórdia?

Queria-me

vazia e cortês

como gueixa

de japonês?

Queria-me assim

Simplesmente

assim...

Assimplesmente?

Mas eu não o sou-

amor!

Não é assim que sou!

É sim!



















.







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